A Década das Nações Unidas de Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como década do oceano foi declarada pelas Nações Unidas em 2017 e será realizada entre 2021 e 2030.
Essa década construirá uma estrutura comum para garantir que a ciência oceânica possa apoiar os países na implementação da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável; proporcionará uma oportunidade para criar um alicerce, por meio da interface ciência-política, para fortalecer a gestão dos nossos oceanos e zonas costeiras em benefício da humanidade.
A década irá proporcionar uma estrutura unificadora para o sistema da ONU, buscando possibilitar que os países atinjam todas as prioridades da agenda 2030 relacionadas aos oceanos, como ajudar países a alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).
O relatório mundial sobre a ciência oceânica descobriu que a ciência oceanica é responsável por 0,04 a 4% dos gastos em pesquisa do mundo todo; entretanto os estudos dos oceanos vem se tornado uma tendência já que o oceano gera bem estar para humanidade armazenando carbono, produzindo oxigênio, estabilizando o clima e fornecendo recursos alimentares, minerais, energéticos, recreativos e culturais, a década dos oceanos foi idealizada para podermos usufruir desses serviços de maneira consciente e sem prejudicar o maior ecossistema do planeta terra.
Poluição dos oceanos: quais são as consequências para o planeta
O oceano ocupa a maior parte do planeta. Toneladas de dejetos contribuem com a poluição da água que banha os continentes. Todos os anos, cerca de 13 milhões de toneladas de lixo plástico são despejadas nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Isso sem contar com a poluição dos rios. Além disso, em 2020, com a pandemia de coronavírus, novos itens chegaram ao mar, causando maior agressão ao meio-ambiente. De acordo com a ONG Ocean Conservancy, 94% dos voluntários em limpezas de praias e cursos d’água relataram ter encontrado equipamentos de proteção individual. Entre julho e dezembro de 2020, foram coletadas quase 110 mil peças, sobretudo máscaras e face shields. Cerca de 75% de todo o material recolhido era descartável.
Segundo o oceanógrafo Alexander Turra, responsável pela Cátedra Unesco para Sustentabilidade dos Oceanos, “a poluição prejudica a biodiversidade e os processos da natureza, o que também gera impacto nos benefícios que os oceanos garantem para a humanidade”.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 800 espécies que vivem em diferentes locais do planeta são afetadas por detritos marinhos – e 80% desses resíduos são formados por plásticos. Em 2010, uma baleia cinzenta morreu após encalhar em Seattle, nos Estados Unidos, depois de ingerir cerca de 20 sacolas plásticas, uma bola de golfe e outros resíduos sólidos. Cinco anos antes, o vídeo de pesquisadores removendo um canudo da narina de uma tartaruga viralizou e comoveu o mundo. A imagem foi um dos estopins para o movimento que conseguiu banir canudos e plásticos descartáveis em diversas cidades no mundo, como São Paulo e Fernando de Noronha.
A sujeira extrapola a superfície dos oceanos. “A poluição compromete o funcionamento e a saúde do mar. Faz com que a espécie humana coloque em risco a própria vida no planeta, pois dependemos fortemente e centralmente do oceano”, afirma Alexander.
No mundo, cerca de três bilhões de pessoas dependem da biodiversidade marinha e costeira para sobreviver. Estima-se que o mercado de recursos marinhos gere US$ 3 trilhões por ano, o equivalente a 5% do PIB mundial, e áreas pesqueiras empreguem mais de 200 milhões de pessoas. “As atividades dependem de um ambiente limpo e saudável, no qual as pessoas tenham condições de entrar e que os alimentos sejam confiáveis”, diz o professor.
Além do plástico visível, há o perigo do invisível: o microplástico. As pequenas partículas, de tamanho inferior a cinco milímetros, formadas pelo desgaste de peças maiores, não prejudicam apenas o ecossistema. Ao consumir peixes e frutos do mar, nós podemos ingerir o lixo sem saber. De acordo com um estudo publicado em 2019, sobre o consumo humano de microplásticos nos Estados Unidos, a ingestão das partículas pode variar entre 39.000 e 52.000 fragmentos por ano.
O lixo coloca em risco não apenas o ecossistema marinho, mas também a sobrevivência humana
Muitas pessoas se convencem de que basta reciclar o lixo para proteger os oceanos, o que é um engano. A emissão de gases de efeito estufa pelas atividades humanas, com a queima de combustíveis fósseis, faz com que os oceanos absorvam grandes quantidades de carbono, prejudicando o ecossistema marinho.
Com o aumento da temperatura do planeta, sistemas extremamente sensíveis, como a formação de recifes de corais, são os mais vulneráveis às mudanças climáticas. Acredita-se que os recifes de corais tenham a maior biodiversidade no planeta, com estruturas comparáveis às de florestas tropicais. Pequenas variações na temperatura da água são suficientes para causar o branqueamento de corais, fenômeno que pode levar à morte de várias espécies.
A década do Oceano e o Naturismo
Diversas entidades naturistas mundo afora vem orientando seus membros a dar preferencia a produtos recicláveis e biodegradáveis, além de organizar mutirão de limpeza das praias, recolhendo plásticos, garrafas pet entre outros.
Cuidar dos nossos oceanos é a obrigação de todos, a próximas gerações agradecem.
Redação editora N
Equipe OS NATURISTAS
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