A Andropausa ou Declínio Androgênico do Envelhecimento masculino (DAEM), é uma redução gradual dos níveis sanguíneos da testosterona que acompanha o envelhecimento e que pode estar associado a um significante diminuição da qualidade de vida dos homens. A prevalência deste distúrbio varia de 10% a 30% dos homens já na sexta década de vida. Com o aumento da expectativa de vida, o problema tornou-se mais prevalente.
Descrita pela primeira vez em 1939, a andropausa manifesta-se no homem de forma sutil e paulatina, por volta dos 50 anos, com sintomas diferentes daqueles que ocorrem na mulher, na menopausa. A idade produz mudanças na vida do homem de forma diversa da mulher. A analogia á menopausa é considerada por alguns especialistas como imprópria, porém o termo andropausa já está popularizado. O termo mais aceito é Hipogonadismo Masculino Tardio e corresponde a um período da vida em que os homens apresentam sinais e sintomas decorrentes da diminuição do tamanho dos testículos e, consequentemente, da queda da produção de testosterona (principal hormônio sexual masculino secretado pelas células intersticiais dos testículos). A testosterona controla a formação do esperma, o desenvolvimento dos órgãos genitais e das características sexuais secundárias.
Nossa expectativa de vida média alcança os 75 anos no Brasil e já 85 anos nos países desenvolvidos. Porém a quantidade de vida não está sendo equilibrada com a qualidade de vida, principalmente porque o ser humano procura o médico quando os sintomas das doenças já se manifestaram, ao invés de previní-las. Sabemos que começamos nosso declínio hormonal já aos 27 anos, porém o que encontramos na prática hoje, que estes declínios estão ocorrendo cada vez mais cedo. Só para que vocês tenham noção, se compararmos de 30 anos para hoje, a concentração de nutrientes nos vegetais teve um declínio de 50%. O resultado é: estamos vivendo mais, entretanto dependendo de cirurgias e drogas, pois vivemos uma era em que o estilo de vida moderno é altamente prejudicial ao corpo humano e está fazendo com que envelheçamos cada vez mais cedo, e o principal motivo pelo qual envelhecemos e aumentamos nossas limitações é de fato nosso declínio hormonal.
Bom, sabendo que a Testosterona exerce mais de 200 funcões, que o órgão com maior número de receptores para testosterona e o coração, e o segundo o cérebro, vocês podem imaginar que um dos sintomas, mas dos últimos, será a diminuição da libido. Infelizmente, este é o único momento em que o homem procura auxílio médico para saber como resolver seu problema. Hoje sabemos que a culpa por diversas doenças atreladas ao processo de envelhecimento masculino, inclusive câncer de próstata está ligado ao aumento estrogênico, hormônio extremamente proliferativo.
Na maior parte das vezes a entrada na andropausa não é percebida pelo homem porque é um passo natural do processo de envelhecimento masculino. Os sinais e sintomas mais comuns são: ausência de ereção espontânea pela manha; infertilidade; redução da libido; acúmulo de gordura abdominal; crescimento reduzido da barba e redução dos pêlos pelo resto do corpo; perda de forca e massa muscular; anemia, pois a testosterona ‘e responsável pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue e sensações como ondas de calor ou frio, suores ou palpitações também podem ser relatados por alguns homens que entram na andropausa. Essa, pode também afetar emocionalmente o homem manifestando como aumento da irritabilidade, dificuldade de concentração, depressão e ansiedade.
O diagnóstico da andropausa pode ser feito através do exame de sangue, observação dos sintomas, dosagem da prolactina e gonadotrofinas e teste da função tireoidiana para avaliar os níveis de testosterona no sangue e ter a certeza que a baixa dosagem da testosterona não se deve a outras causas. Portanto, deve-se dosar no sangue o índice de testosterona, espermograma, exame urológico (toque retal), densitometria óssea, ecografia da próstata e do abdômen.
As formas de tratamento variam conforme a individualidade de cada um, mas podem ser feitas através de substâncias que estimulam a produção da testosterona endéna (própria da pessoa) ou Testosterona Bioidêntica Injetável ou mesmo em Gel de biolipídeos com alta absorção pela pele. Entretanto, é fundamental que seja realizada uma avaliação do individuo, pois existem diversas formas de se fazer com que o equilíbrio hormonal masculino seja alcançado e é fundamental que sejam observadas as necessidades de se inibir o aumento, por exemplo, dos estrogênios quando se faz a modulação hormonal com Testosterona. Caso contrário, aí sim aumentam os riscos e diminuem os efeitos benéficos.
O ideal é que as pessoas aprendam a cuidar da saúde e a preservar a juventude desde a infância, abolindo os hábitos nada saudáveis de vida. E mais: a conscientização dos hábitos alimentares saudáveis,o combate ao sedentarismo, a pratica de esportes, o não tabagismo, a não ingestão de bebidas alcoólicas, o não uso de quiasquer drogas. A partir dos 40 anos, os homens devem redobrar a atenção em relação `a saúde, para a prevenção de problemas conseqüentes da queda de hormônios, a impotência dentre outros males.
O tratamento naturopático e ortomolecular, a prática diária de yoga, podem retardar o envelhecimento, combater os sinais e sintomas da andropausa e auxiliar no combate de diversas doenças subjacentes. Devem incluir na dieta principalmente hortaliças e frutas que são ricas em vitaminas e sais minerais que aumentam o pique. Faca pelo menos um prato raso de hortaliças em uma das refeições principais e coma de 3 a 5 frutas ao dia. O tomate é imprescindível, pois contém licopeno, substância que combate o câncer de próstata. Risque do cardápio as gorduras, as carnes como bacon e fígado, os queijos amarelos e as frituras. O consumo de açúcar deve ser diminuído. As células gordurosas são ricas em enzimas que convertem a testosterona em estrogênio, agravando a diminuição nos níveis de testosterona livre. As bebidas alcoólicas representam perigo, já que fornecem muitas calorias e, quando consumidas em excesso, aceleram o processo de envelhecimento.
“O homem acredita que pode conter as consequências do envelhecimento, mas não pode, e, em vez de tentar inibir os efeitos do tempo, deveria se aproveitar deles”.
Dr. Reginaldo Oliveira Rosa
CRM 19466